quinta-feira, 30 de junho de 2022

A HISTÓRIA DE CADA UM


O umbigo foi enterrado num pé de guabiroba, pertinho do rio, ao lado da capela, no bairro do Guararema, pertinho do Parque Estadual Carlos Botelho, em São Miguel Arcanjo.
Tudo ali era propriedade do pai, URIAS DE SOUZA JÚNIOR, casado com ANA ISABEL DE MORAES, que depois venderam a propriedade para ANTONIO DE SOUZA, que doou boa parte dela para a construção da escola e da pracinha, beirando o asfalto que passa a caminho do parque.
Esse o amigo GENTIL DE SOUZA, legítimo descendente do Tenente Urias, desbravador que veio lá de Baependi para Itapetininga, buscando ouro e outras preciosidades nesta vasta região ao sul do estado de São Paulo.
Nascido em 8 de março de 1921, tão logo os pais mudaram-se para o bairro do Turvinho, lá aprendeu as primeiras letras, juntamente com os irmãos JOSÉ HONÓRIO, TOMÁS e MARIA DA PAZ.
A primeira professora foi Conceição Piedade; depois vieram a Maria de Barros e a Maria de Lourdes Válio, esta filha do Major Luiz Válio.
O Inspetor chamava-se Ari Galvão.
Com 8 anos de idade, já sabia até matar porco.
Sendo muito inteligente aprendia tudo com facilidade.
Mas o tal de matar carneiro, não deu.
Dizia o GENTIL que o tal de matar carneiro era coisa pra gente valente, porque quando o bicho é degolado, ele chora de verdade.
Há até uma superstição que não é superstição, pois segundo o Gentil, se o carneiro berrar, com certeza a pessoa que o matou morrerá em 7 anos.
GENTIL DE SOUZA casou-se em 1942 com MARIA TEREZA MARTINS, filha do Gabino, um espanhol que possuía uma barbearia perto do João Paulino. Gabino era casado com a filha do ex-prefeito João Borges.
GENTIL já possuía então um armazém no Taquaral onde vendia até couro de boi.
Desanimado, porém, com a freguesia, veio para a cidade onde montou um armazém num imóvel alugado ao pai do Isaac Idálio, prédio que depois, bem depois, foi parar nas mãos do Banespa.
Aconteceu então que GENTIL realizou um sonho de infância: comprou um Fordão 46, com o qual fazia lotações para Iguape.
O motorista era o Anabor.
Anos depois, em sociedade com o irmão, mais o cunhado Theóphilo Moisés e o Alígio da Silva, pai do Boka e da Maria Alice Maciel, compraram outro caminhão. Com este, levavam carvão para São Paulo, comendo poeira até quatro vezes por semana, pois a estrada era de terra. O carvão era do Virgílio Seabra, do bairro Capela de São Roque.
Tão logo conseguiu desvencilhar-se da sociedade, GENTIL DE SOUZA foi ser tarefeiro no DER, conhecendo a região e pedregulhando tudo que era estrada.
Porém, por problemas de coluna, aposentou-se e foi morar em Sorocaba.
Com a morte da esposa em 1999, caiu em profundo estado depressivo. Pôs à venda a casa de Sorocaba e veio residir em São Miguel, onde faleceu.
Teve 6 filhos, netos e bisnetos e quando estive com ele, em 2004, ainda sonhava em ter um carro de passeio.
Deve ter conseguido.
Grande pessoa era o GENTIL DE SOUZA!
Na foto, GENTIL é o segundo.
À sua direita, o professor e escritor Miguel dos Santos Terra.
À sua esquerda, Expedito Terra e Ovídio Terra.
Todos amigos.
Todos falecidos.
Posaram para a foto em alusão à criação da PRAÇA 9 DE JULHO, que só vimos a maquete.
LUIZA VÁLIO.





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