UMA OPINIÃO:

 

Adilson Mikami

EDITORIAL / NOSSA OPINIÃO

BARBÁRIES, ALUCINAÇÕES, HERANÇAS DO BOLSONARO

Muita tristeza por escrever este artigo. Não queria mais escrever sobre Bolsonaro. Havia prometido não mais escrever sobre Bolsonaro para mim mesmo. Porém, não consigo ficar calado diante das ações dos bolsonaristas.

Na verdade não estou surpreso com as ações dos militantes bolsonaristas e do próprio Bolsonaro. Quem acompanha meus editoriais há 15 anos, desde 2007 no BLOG, deve se lembrar que comecei a falar sobre Bolsonaro em 2017, quando Bolsonaro iniciou os seus movimentos como candidato.

Na época, ainda como pré-candidato, comentei o desprezo que os generais sentiam por Bolsonaro, como o ex-presidente Figueiredo, porque era um vagabundo, que só queria saber de aumentar seu soldo (salário). Foi preso e expulso do exército (como capitão!!!) por atos terroristas.

Idêntico procedimento adotado por Hugo Chávez, da Venezuela. Ambos, Chávez e Bolsonaro, expulsos do exército, se candidataram as eleições legislativas e foram eleitos. Depois Chávez conseguiu cooptar os militares, as polícias, etc... e conseguiu assumir o poder, a presidência.

Bolsonaro fez tudo igual, lembrando que Bolsonaro elogiou Hugo Chávez, dizendo que Hugo Chávez era o exemplo para a América Latina (https://acervo.estadao.com.br/pagina/...). Bolsonaro apenas seguiu a cartilha de Hugo Chavez.

Como assim? Não lembro bem, se foi de Fidel Castro ou outro, na época (anos 1990), Hugo Chávez recebeu o seguinte conselho: "se quer assumir o poder, esqueça as armas - hoje para tomar o poder, assuma o comando do Supremo Tribunal da Justiça e mude as leis, a Constituição".

Foi o que Hugo Chávez fez. Uma vez eleito presidente, conseguiu a maioria no Congresso e mudou toda a composição dos integrantes do Supremo Tribunal da Justiça, demitindo, prendendo quem não era a seu favor. Vários Ministros da Justiça foram presos ou tiveram de se exilar.

Por esta razão não foi surpresa o que Bolsonaro fez durante os quatro anos do seu mandato como presidente. Confrontou desde o início o Supremo Tribunal Federal, tentou de todas as formas afrontar o STF, além de incitar, incentivar seus seguidores a atacarem o STF. Sem surpresa.

Foram 26 PECs (Projetos de Emendas Constitucionais) produzidas no governo Bolsonaro (recorde), para tentar mudar a Constituição para governar mais a vontade e se Bolsonaro fosse reeleito, com certeza Bolsonaro mudaria toda a Constituição para que se perpetuasse como presidente.

Ameaças de invasão ao STF, ódio aos integrantes que não lhe eram favoráveis aconteceram durante todo o seu governo. Por isto, houve o incitamento e o estímulo aos seguidores para invadirem o STF, além de depredarem as instalações do Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.

Para finalizar, a tentativa do golpe fracassado perpetrado por Bolsonaro. Acreditando que as confusões, ataques perpetrados (inicitadas e estimuladas - crimes dolosos, com a intenção de - por Bolsonaro) em Brasília, dariam condições para o Exército intervir, via artigo 142.

Lembrando que o Exército NÃO pode intervir em outro PODER, muito menos é um "poder moderador", muito menos ainda o artigo 142 permite o Exército intervir em outro PODER. O Exército é uma instituição do ESTADO e não pode servir aos interesses de um governo de plantão.

Para comprovar as intenções e as tentativas de Bolsonaro de dar um golpe de estado, há uma prova concreta: a minuta do decreto de "ESTADO DE DEFESA", para mudar o resultado das eleições, escrita por quem sabia fazer um decreto-lei, em mãos do seu ex-Ministro da Justiça.

Muito bem pessoal, do Bolsonaro só restam as barbáries praticadas durante quatro anos do seu governo e de como Bolsonaro conseguiu ensandecer seus seguidores, tornando-os fanáticos a ponto de vivenciarem uma realidade paralela, de alucinações, como verdadeiros doentes mentais!