Diremos da Imprensa como o Quinto Poder, porque o Quarto Poder, sem sombra de dúvidas, pela atual Constituição, é o Ministério Público.
O Promotor de Justiça é o Advogado do Povo e pode visitar os porões da Administração Pública, se quiser, em busca de segredos.
Pode rastrear cheques, aceitar reclamações contra maus tratos da polícia, acatar denúncias de agressões contra a natureza e o meio ambiente, o desrespeito aos direitos do consumidor e a violência praticada contra crianças, mulheres, idosos, indígenas, deficientes...
Este Quarto Poder é independente e o Promotor tem o papel de representar o cidadão e a sociedade também em ações civis públicas.
Sua autoridade para defesa de crianças e adolescentes muitas vezes é maior do que a autoridade paterna.
Se o Promotor quiser, dá até para coordenar movimentos para baixar preços e organizar cadastro de desempregados, além de conjugar esforços com a indústria, o comércio e a administração municipal, as igrejas, os sindicatos, sempre em busca de soluções práticas e viáveis que a sociedade requeira.
Quanto à Imprensa, cuja data se comemora no primeiro dia de junho, muita coisa se tem a dizer, como por exemplo, que o Brasil foi o último país da América Latina a ter uma Universidade e um dos últimos a ter Imprensa.
Isso porque, enquanto colonizado pelos portugueses, estes possuíam três tipos de censura: a da Inquisição, a do Clero e a do Estado.
Dessa maneira, os livros que vinham para cá eram, na maioria das vezes, hagiografias, ou biografias de santos.
As primeiras tentativas de instalação de oficinas tipográficas foram frustradas, pois a censura quebrava tudo.
No ano de 1.808, instalou-se a Imprensa Régia no Brasil para fazer a publicação da Gazeta do Rio de Janeiro, censurada antes de ser impressa.
À época da Independência havia alguns pasquins que traziam slogans e ideologias dos participantes do Poder.
Só depois é que vieram os grandes jornais.
Jornais que até hoje são lidos por uma minoria alfabetizada e dominante.
Com o advento do rádio, a voz rouca de Getúlio Vargas passou a ser a própria voz do Brasil que decidiu falar com a massa.
Vargas possuía eloquência e sua retórica era paternalista.
Já Adhemar de Barros era irreverente e desrespeitava todas as normas estabelecidas. Era liberal e seu humor ultrapassava até o dos seus próprios caricaturistas.
Pura comédia!
E o Jânio Quadros?
Esse, uma tragédia!
Bastante magro, vestia sempre um capote velho e transmitia uma imagem sofrida sem humor algum, mas mesmo assim queria disciplinar a moral pública - e conseguiu!
Ao discurso do rádio, juntou-se a imagem com o advento da televisão.
Muitos políticos ainda não tem experiência com ela, mas cuidam-se para que o eleitor não perceba sua dificuldade e, para isso, contrata pessoal capacitado.
Quer queiramos, quer não, porém, a Imprensa não é nenhum Poder inocente, neutro ou arbitral.
Sempre atuou, atua e atuará como parte dos interesses da oligarquia, quando não é a própria oligarquia.
Quando a televisão resolveu transmitir as manifestações populares desejando eleições diretas, só o fez porque a burguesia a forçou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário