"De hoje em diante, vou fazer parte da gente que escreve na ‘Folha’. O Ari e o Roque me fisgaram. Talvez por causa do meu nome, não sei.
Quem sou eu?
Vivo como um rapaz comum, estou na moda, sou cabeludo e gosto de ‘gatas’ bonitas.
O Bé?
Foi culpa do dono do Cartório. Mas meu pai também teve culpa no ‘Bé’.
Era uma manhã de inverno, vento do mar a toda, o pai chegou no Cartório para me registrar. Minha mãe me contou isso. E o pai, a primeira vez, tremendo de frio, calças arregaçadas à meia canela, pitinho de barro na boca, chegou no ‘home do registro’.
Vergonha e medo que o dinheiro não desse para o registro.
O dono do Cartório perguntou:
- Homem ou mulher?
- Home, seu dotô.
- Seu nome?
- Meu nome é Joaquim.
- O da criança, seu burro!
As orelhas do pai ficaram uma pimenta. Entraram algumas pessoas no Cartório e fizeram barulho bem na hora do registro do meu nome.
Naquela época costumavam registrar só o primeiro nome. Por exemplo, João, filho de fulano; Antonio, filho de sicrano...
Meu pai falou:
- O nome do meu fio é Pedro.
Foi justamente nessa hora que uma bendita de uma cabra que pastava no quintal ao lado do Cartório berrou...béee!
- Pedro Bé?
- Pedro, é, respondeu meu pai.
E ficou.
Fazer o que?"...........................
Durante muito tempo, Pedro Bé andou escrevendo na mídia sãomiguelense.
Era um dos pseudônimos de Luiz Válio Júnior, o Gijo Válio, meu saudoso pai.
Essa e outras coisas compiladas em um livreto que publicarei no ano que vem.
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