quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

QUEM FOI PEDRO BÉ?

"De hoje em diante, vou fazer parte da gente que escreve na ‘Folha’. O Ari e o Roque me fisgaram. Talvez por causa do meu nome, não sei. 
Quem sou eu? 
Vivo como um rapaz comum, estou na moda, sou cabeludo e gosto de ‘gatas’ bonitas. 
O Bé? 
Foi culpa do dono do Cartório. Mas meu pai também teve culpa no ‘Bé’. 
Era uma manhã de inverno, vento do mar a toda, o pai chegou no Cartório para me registrar. Minha mãe me contou isso. E o pai, a primeira vez, tremendo de frio, calças arregaçadas à meia canela, pitinho de barro na boca, chegou no ‘home do registro’. 
Vergonha e medo que o dinheiro não desse para o registro. 
O dono do Cartório perguntou: 
- Homem ou mulher? 
- Home, seu dotô. 
- Seu nome? 
- Meu nome é Joaquim. 
- O da criança, seu burro! 
As orelhas do pai ficaram uma pimenta. Entraram algumas pessoas no Cartório e fizeram barulho bem na hora do registro do meu nome. 
Naquela época costumavam registrar só o primeiro nome. Por exemplo, João, filho de fulano; Antonio, filho de sicrano... 
Meu pai falou: 
- O nome do meu fio é Pedro. 
Foi justamente nessa hora que uma bendita de uma cabra que pastava no quintal ao lado do Cartório berrou...béee! 
- Pedro Bé? 
- Pedro, é, respondeu meu pai. 
E ficou. 
Fazer o que?"...........................

Durante muito tempo, Pedro Bé andou escrevendo na mídia sãomiguelense.
Era um dos pseudônimos de Luiz Válio Júnior, o Gijo Válio, meu saudoso pai.
Essa e outras coisas compiladas em um livreto que publicarei no ano que vem.

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