POESIA DE ILKA MAIA |
| Eu gosto da rua porque a rua |
| Não se importa comigo. Rola, indiferente, |
| Seus turbilhões de gente, |
| Passa por mim... Nem me vê... Continua. |
| Eu levo minha dor pela rua |
| Onde se movem figuras vestidas |
| De cores... Vidas e vidas, |
| Todas, feito figuras na vida da rua.... |
| Porque, na rua, só ela tem vida sua ! |
| Eu levo a minha dor, passo a passo... |
| E a rua rola e me esbarra no braço |
| E me empurra... Nem vê minha dor ! Continua ! |
| A doida boêmia não para, parece |
| Uma onda implacável que cresce |
| E em ondas se parte e rouqueja e estua, |
| Rolando figuras vestidas de cores !... |
| Eu sou, nessa onda de anônimas dores, |
| Figura da rua, |
| De cores vestida, |
| Rolando... A rua não se importa com a minha vida !... |
| É por isso que eu gosto da rua ! |

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