quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

ÀS VEZES NÃO SOBRA NADA DE UMA VIDA...











A morte de Juliana Jovino, 24 anos, encontrada na represa de Itupararanga, em Votorantim, no dia de Natal (segunda-feira), foi por afogamento. O resultado do exame necroscópico foi divulgado pelo delegado Gilberto Montenegro Costa Filho, que cuida do caso pelo 2º Distrito Policial daquela cidade. O delegado não descarta a hipótese de morte acidental.
De acordo com o laudo emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) de Sorocaba, Juliana morreu por "asfixia (afogamento), agente físico (meio líquido)", e "estima-se que o tempo de morte é de 24 horas em relação ao momento em que se iniciou a necropsia", realizada na manhã de terça-feira.
Em depoimento prestado na tarde desta quarta-feira (27), o rapaz apontado como namorado da vítima teria declarado, segundo o delegado, que nunca foram namorados, tendo porém concordado em se apresentar como tal para resguardá-la por eventual desavença com um parente, e também por receio de um ex-namorado que estaria saindo do sistema prisional. 
Conduzido por investigadores à delegacia de Salto de Pirapora, onde o delegado também atua, o rapaz revelou ser casado, e que por esse motivo não havia se apresentado à polícia anteriormente.
Ainda segundo o delegado Gilberto Montenegro, entre outras pessoas ainda a serem ouvidas está um outro rapaz com quem Juliana teria sido vista pela última vez, ao saírem, acompanhados da filha dela, da festa de Natal da casa de uma amiga da vítima, no Jardim Nova Esperança, em Sorocaba. Conforme o que foi apurado pela polícia, Juliana teria conhecido esse rapaz pelo Facebook na véspera do Natal, marcando para se conhecerem pessoalmente na casa da amiga dela. 
A pessoa já foi identificada, mas ainda não localizada pelos investigadores. 
O delegado pede para que esse homem se apresente, garantindo que será ouvido na condição de testemunha.
Uma das irmãs da Juliana, Vera Lúcia Jovino, foi também ouvida ontem e entregou à polícia dois celulares que eram da vítima.
A possibilidade de morte acidental levantada pelo delegado não é aceita pela família de Juliana. 
Para Vera Lúcia, "se foi acidente, por que quem estava com ela não chamou socorro, e se não sabia o endereço dela porque também não levou a criança para a casa de onde haviam saído?", questiona, ao acrescentar que "ela também jamais se mataria".

O caso
A menina de 2 anos de idade foi encontrada na última segunda-feira, em plena manhã de Natal, agarrada a uma árvore, na rua Celina Stela Corradi, próximo da rodovia Raposo Tavares (SP-270), por um homem que andava a pé pelo local em torno das 9h30. A criança estava suja e vestia apenas fralda. Ela recebeu cuidados dos moradores e a polícia então foi acionada.
A família da Juliana só tomou conhecimento disso quando o caso passou a ser divulgado pela mídia, iniciando ali a procura também pela vítima, que havia deixado a residência no Nova Esperança para passar o Natal na casa de uma amiga também no mesmo bairro. 
Mais tarde, quando a família já havia recorrido à polícia chegou a informação do encontro de um corpo de mulher na represa de Itupararanga, com as mesmas características físicas de Juliana, havendo então o reconhecimento.

Adriane Mendes - adriane.mendes@jcruzeiro.com.br

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