TEXTO DO JORNALISTA ITAPETININGANO
A necessidade de respeito à autonomia da mulher nas questões políticas, profissionais, religiosas e sociais.
Mais uma vez, na presente campanha eleitoral ,tenho ouvido, de alguns cidadãos, a absurda afirmação : "na minha casa todos votam em quem eu mandar" Isso é um insulto à dignidade da família, porque ninguém é dono da consciência das pessoas à sua volta. Deus deu liberdade de consciência ao ser humano, e infelizmente, muitas vezes o próprio ser humano quer tirar a liberdade de seus semelhantes, a começar pelos familiares. Estamos vendo, no recrudescer da batalha eleitoral, mulheres sendo ofendidas por manifestarem livremente sua opinião ou por formarem, democraticamente, grupos com opiniões definidas, quer deste ou daquele lado. O atraso cultural infelizmente ainda domina alguns círculos de nossa sociedade, e se refletem, principalmente, no preconceito e na discriminação . Em muitos relacionamentos, a mulher ainda é relegada a papel subalterno, como se devesse aceitar passivamente ordens e imposições. Há pessoas que vergonhosamente ainda defendem essa discriminação, recorrendo até a supostos textos religiosos .
As pessoas precisam começar a entender que homens e mulheres são rigorosamente iguais em direitos e obrigações. Precisam entender que ninguém é propriedade de ninguém. Deus deu liberdade de consciência e escolha ao ser humano, e um não tem o direito de suprimir a liberdade do outro.
Todos esses fatos acabam trazendo a oportunidade de uma reflexão mais aprofundada sobre a evolução do processo de valorização da mulher em nossa e em outras sociedades. Até mesmo algumas homenagens que ocorrem, trazem, de forma sub-reptícia, resquícios de preconceito. Frases como "atrás de um grande homem vem uma grande mulher" (que a coloca em plano subalterno ou segundo plano) , e outras do gênero, ainda proliferam por aí. A homenagem verdadeira é aquela que destaca o princípio da ampla igualdade de direitos e obrigações.
Analisando a situação da mulher no Brasil, podemos dizer que as nossas leis evoluíram muito, mas os hábitos e costumes reinantes em uma grande parcela da população precisam ser modificados. Ainda há muitas mulheres sendo agredidas por maridos ou companheiros. Ainda há muitas esposas virtualmente "trancadas" dentro de casa, sem contatos e amizades e, muitas vezes impedidas até de visitar familiares. Há mulheres que são ameaçadas quando pretendem trabalhar fora. Grande parcela dos casais desconhece que a lei brasileira diz que a chefia do lar cabe, em igualdade de condições ,aos dois. Hoje a mulher já provou que tem a mesma capacidade e competência que o homem em todas as áreas, e portanto não há mais "hierarquia entre os sexos". É claro que o inverso disso tudo também ocorre, mas os dados estatísticos mostram que a mulher que tem sido vítima na maioria dos casos.
Não falarei aqui em partidos políticos, ideologias ou candidaturas, mesmo porque neste período ,isso é proibido pela lei eleitoral. Tenho amigos que votam em praticamente todos os candidatos a presidente ou a governador. Respeito todos eles. Valorizo sua liberdade de consciência. Falo aqui em princípios. Homens e mulheres são filhos de Deus e plenamente iguais em direitos e obrigações. Precisamos superar o estagio de atraso cultural de alguns círculos de nossa sociedade, para que a sociedade ideal, sem discriminações ou preconceitos, possa começar a ser construída em nosso meio.
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