terça-feira, 26 de janeiro de 2021

INCOMPETÊNCIA GERAL A MANDO DE UM VERME


Ida de Eduardo Pazuello a Manaus, sem data de retorno, é mudar a incompetência de endereço.
Por Redação Ucho.Info/25 de janeiro de 2021.



A devastadora incompetência do governo de Jair Bolsonaro no combate à pandemia de Covid-19 tem deixado o brasileiro refém da boçalidade de um radical desvairado e da sabujice de um ministro da Saúde que não passa de ajudante de ordem, estafeta de quinta.
Diante de um vírus que a cada dia mostra-se capaz de avançar no campo da tragédia, o governo tenta escapar da responsabilidade por mais de 217 mil mortes, como se discursos toscos e ações covardes pudessem apagar a realidade.
Bolsonaro, ciente de que o impeachment ronda o Palácio do Planalto no rastro de inúmeros crimes de responsabilidade, usa o general Eduardo Pazuello para tentar anestesiar a consciência popular, mas ignora que os fatos que envolvem a pandemia falam por si.
A decisão de enviar Pazuello à capital amazonense, sem previsão de retorno, é uma forma de se esquivar da ameaça que, em marcha acelerada, aflige todos os brasileiros. 
Com essa medida, o governo transferiu a própria incompetência de endereço. 
A estada do ministro da Saúde em Manaus remete ao dito popular sobre colocar cadeado na porta depois da casa arrombada.
Manter Eduardo Pazuello, o general especialista (sic) em logística, à frente da Saúde é um absurdo sem precedentes, mas a necessidade de blindar o presidente da República e de proteger a imagem do Exército de novos “arranhões” levou a cúpula do governo a essa estratégia pífia e condenável.
Pazuello, o cumpridor de ordens, jacta-se de ter iniciado negociações com a farmacêutica AstraZeneca em junto de 2020, mas seis meses depois o Brasil só conseguiu comprar 2 milhões de doses da vacina desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford.
O ministro foi informado com dez dias de antecedência de que o sistema de saúde manauara entraria em colapso, mas foi à capital do Amazonas para convencer os médicos a adotarem o chamado “tratamento precoce”, que consiste no uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19. 
Depois do estrago consumado, o que significa dezenas de mortes por falta de oxigênio, o ministério tirou do ar o aplicativo criado para disseminar o uso dos tais fármacos inócuos.
Em 12 de setembro passado, o laboratório Pfizer enviou carta ao presidente Jair Bolsonaro oferecendo 70 milhões de doses de vacina contra a Covid-19, mas o governo conseguiu a proeza de tratar o assunto com desdém e irresponsabilidade. 
A farmacêutica norte-americana alertou para a necessidade de uma decisão célere por parte do governo Bolsonaro, em razão da elevada demanda global por imunizantes.
Quase cinco meses depois da oferta, a Pfizer informa que, em razão da demora do governo, poderá fornecer ao longo do primeiro semestre deste ano apenas 2 milhões de doses de vacina. Bolsonaro alega que a farmacêutica tenta fazer da possível venda de imunizantes ao Brasil uma ação de marketing. 
Se há nesse cenário quem, a essa altura dos acontecimentos, não precisa de ação de marketing, a Pfizer por certo é uma das primeiras da fila.
Aliás, não custa lembrar que o governo, sem a presença nefasta do negacionista Jair Bolsonaro, abusou covardemente do marketing durante a chegada da vacina da AstraZeneca ao Rio de Janeiro. 
Considerando a crise sanitária que devasta o País, promover um evento, na Base Aérea do Galeão, com direito a mestre de cerimônia é, no mínimo, escancarada ação de marketing. 
O governador de São Paulo, João Dória Júnior (PSDB), também tem faturado politicamente com a Coronavac.
Enquanto o brasileiro defende-se como pode do vírus SARS-CoV-2, o governo Bolsonaro não consegue chegar a bom termo com a China visando à liberação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) necessário para a produção da vacina Covishield (AstraZeneca/Oxford) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A pasmaceira do governo no campo da vacinação afetará ainda mais a economia nacional, que está muito distante de um processo de retomada. 
Isso significa que o ano de 2021 tem ingredientes de sobra para ser economicamente tão difícil quanto o anterior, talvez pior.
No outro vértice do descalabro, Bolsonaro está preocupado apenas com seu projeto de reeleição, que poderá ser abortado a qualquer momento se o Congresso Nacional deixar de lado o compadrio e caminhar na direção do impeachment.

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