terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

MACHADO DOIDO


Germi Porto Santos, certa vez, escreveu no Suplemento Agrícola do jornal "O Estado de São Paulo" que "milhares de pessoas se julgam ecologistas e passam a atacar o eucalipto, a fim de justificar o total desconhecimento do assunto".
O que mais o entristecia era constatar que pessoas de nível cultural mais elevado adotassem crenças e superstições como as de que o eucalipto resseca e empobrece o solo e também afugenta a Fauna.
Germi aconselhava que as pessoas procurassem dedicar-se a outros assuntos que necessitassem de atenção, deixando de lado o tal de eucalipto, pois se a situação não é boa com ele, crítica seria sem ele.
O eucalipto, segundo nosso amigo, possui um sistema radicular profundo e, assim sendo, ele retira nutrientes das camadas mais profundas do solo, mas depois os devolve sob forma de folhas e galhos, melhorando bastante as condições físicas desse solo.
Sobre a pouca Fauna existente nos povoamentos de eucalipto, ele afirmava que só os leigos não chegaram ainda a uma conclusão, já que qualquer monocultura é prejudicial nesse sentido, pois ela é que proporciona apenas um tipo de abrigo e um tipo de alimento uma única vez por ano.
Desde 1.970, não se cogita em estagnar com a cultura do eucalipto. Para isso e só por isso é que foram criados os Distritos Florestais tendo por finalidade proporcionar melhor organização e fiscalização no setor florestal.
A fila de Germi andou.
As fileiras de eucaliptos também progrediram.
Só nós é que estagnamos.
Germi, antes graduado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Viçosa, hoje é doutor em Entomologia, tendo recebido inúmeros prêmios e medalhas de reconhecimento por serviços prestados à pesquisa agropecuária. Tornou-se pesquisador da EMBRAPA, estudando sobre as pragas e doenças dos eucaliptos e seu controle.
Segundo a Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas, em São Miguel Arcanjo, cidade em que nasci, já se observa a predação do eucalipto por gaviões e outros pássaros de lagartas de T. arnobia. O herbicida sulfentrazone ainda é objeto de pesquisas.
A verdade é que pesquisa-se para prosseguir, nunca para retroceder, pelo menos no tocante à floresta de eucaliptos.
Enquanto isso, o povo vai conquistando seus cânceres, sem saber de nada, aliás, confiando em seus cientistas, em seus defensores, etc.
Culpa da tal Revolução Verde que sempre preconizou o uso de fertilizantes que provocam, sim, desequilíbrios ecológicos.
Os tais cientistas pesquisadores, cientes de que não são deuses, eles é que idealizaram a ideia do propalado DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, fazendo surgir a PERMACULTURA e também a AGRICULTURA NATURAL, e mais a tal da AGRICULTURA BIODINÂMICA e ainda a famosa AGRICULTURA ORGÂNICA.
Mas não queiram saber o significado desses termos inventados e sustentados por eles, nem queiram expor alguma preocupação ou repelir suas ações, porque, como já dizia H. Jackson Brown, a maior de todas as ignorâncias é rejeitar uma coisa sobre a qual você nada sabe.
Esse deve ser o axioma seguido pelos Secretários da Agricultura de todas as pequenas localidades como a nossa.
O que não se pode é aceitar que pessoas sem interesse algum além 
dos seus próprios, venham para a nossa cidade, sejam remuneradas e alimentadas, principalmente através do suor dos mais coitadinhos, e ainda estapear nossa cara, abusando do direito que temos, como cidadãos, de questionar, de requerer, de avaliar, de errar, de aceitar, de concordar ou discordar, de discernir e de amar nosso humilde torrão natal.
O povo de São Miguel Arcanjo, não é de hoje, vem comendo o pão que os diabos amassaram e se curva a cada desprezo que nota nos atos inconsequentes dos seus homens superiores.
Orlando Leme Pinheiro, obrigada por você preocupar-se com o futuro da Humanidade da qual a nossa São Miguel Arcanjo e nossa gente também fazem parte, queiram os homens do poder ou não. 
Oxalá o engenheiro Furuya não estará plantando seus eucaliptos por aqui??


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