terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

MEU TIO ANTONIO TERRA


O Tenente Urias Emigdio Nogueira de Barros, se tivesse conhecido, muito teria se orgulhado de seu bisneto ANTONIO DE OLIVEIRA TERRA.
Filho de Cornélio dos Santos Terra, segundo filho de Maximina Ubaldina Nogueira falecido em 1.937, e de Pedrina Angelina de Oliveira Froes, era irmão de José, João, Benedito, Maria das Neves, Maria Joaquina e de Miguel Dario e sobrinho de Alfredo Olegário, Juvenal, Belisária, Josefina, Teolinda, Hermógenes e de Virgínia dos Santos Terra.
Para situar meu tio, volto lá para a Maria das Neves que se casou com Benedito Deoclécio de Oliveira e para a Maria Joaquina que se casou com Santiago França.
Para postar mais junto de nosso tempo, porém, a figura de Antonio Terra, diríamos que ele seria tio avô de Sérgio dos Santos Terra e primo do querido poeta sertanejo Miguel dos Santos Terra que neste natal de 2.010 completa 89 anos, a mesma idade que teria meu finado pai Luiz Válio Júnior.
Essa a série de alguns antepassados de meu tio Antonio de Oliveira Terra, nascido no ano de 1.890.
Desde muito pequeno, Antonio acompanhava o pai na lide de tropeiro, levando gado para a região de Iguape. Nessas andanças, aprendeu a conhecer a região como a palma da sua mão. Com o passar do tempo, optou pelo comércio de cavalos de raça, o que lhe possibilitou ganhar muito dinheiro e comprar muitas terras. Mais de mil alqueires ele possuiu na região de Itapetininga.
Uma das suas antigas propriedades foram uma parte das terras que hoje pertencem à conhecida Fazenda Tungal.
Aos 24 anos fez-se prefeito em São Miguel Arcanjo e, durante quase uma década, sua vida política ora alternava-se na Câmara, ora como Chefe do Executivo.
Empreiteiro de obras, Antonio Terra montou uma olaria e, em sociedade com um irmão, montou a Serraria São Roque, no Largo de São Roque, próximo ao cemitério da cidade, ali onde hoje se vê o "Clube Recreativo Bernardes Júnior". Sua maior depositária era a empresa Emílio Nastri e Cia., de Itapetininga. 
Em 1.919, fez parte de um grupo de indivíduos progressistas e muito preocupados com a evolução da sua cidade, tais como os Capitães Antonio Fogaça de Almeida, João Paulino da Silva, Antonio de Campos e Amaro Paulino, mais o Coronel João Balduino Ribeiro, o Major Juvenal Terra, o Professor José Fogaça e os cidadãos Manoel Soares e Joaquim Domiciano. Juntos, eles idealizaram e mandaram construir o Cine Teatro São Miguel, um dos mais confortáveis e bem feitos da zona sulista, segundo os periódicos da época.
Nesse tempo, ele já ostentava o título de Capitão, pois havia sido nomeado comandante das milícias locais.
Em 1.923, casou-se com Georgina Valio, a filha mais velha do Major Luiz Valio. Constantemente visitava essa família com seus pais. Diziam até que esse casamento estava arranjado desde o berço. Aos onze anos, ele até chegou a carregar sua futura esposa ao colo, para ajudar a futura sogra, Cirila Nogueira, nuns afazeres da casa.
Ambas as famílias nutriam grande amizade e respeito entre si.
Com o sogro, Antonio Terra aprendeu a arte da humildade e era bastante normal vê-lo "lavando" defuntos, mesmo aqueles portadores de doenças contagiosas.
Ao lado de Antenor Moreira Silvério, Antonio Fogaça, Adelino Rolim, João Balduino, João Paulino e Sebastião Vilaça, fez parte do Tribunal do Juri da cidade. 
Em 1.924, participou da revolta tenentista que irrompeu em São Paulo, lutando sempre contra o governo que fraudava eleições e depunha governadores que não se ajustavam à política dominante.
Foi integrante do Batalhão Patriótico Ataliba Leonel e acabou até sendo preso e maltratado.
Graças à influência da família Terra em Itapetininga, foi solto e voltou a São Miguel, mas nunca mais parou com seu idealismo. Iniciou então uma nova luta ao lado dos que desejavam uma nova constituição para o Brasil, entre eles, o sogro e Major Luiz Valio.
Em 1.930 fundou a Legião Revolucionária do Município, tornando-se seu primeiro presidente, ao lado de membros como José Fogaça, Antonio Arantes Galvão, José César de Noronha, Salvador Caricatti e Gabino Martins, justamente quando seu sogro assumia, em São Miguel, a presidência do Governo Provisório.
Antonio Terra abraçara com tanta euforia essa causa que acabou sofrendo graves problemas mentais, chegando a ser internado em Casa de Saúde.
Veio a falecer em 23 de novembro de 1.931.
Tão logo souberam da sua morte, alguns dos seus adversários políticos mandaram queimar sua serraria, bem como derrubaram a construção de um prédio de três andares que fazia Largo de São Roque.
Antonia Benedita Valio Terra, sua única filha, que não chegou a conhecer o pai, pois nasceu em janeiro de 1.932, reside em Capão Bonito com o esposo Leopoldo César.
A esposa Georgina casou-se novamente e faleceu na década de 60.
Os netos de Antonio de Oliveira Terra: Luiz Eugênio Terra César reside em Apiaí; Ângela Merice Terra Quinarelli mora em São Paulo; João Ricardo faleceu alguns anos atrás; José Antonio, Luciano e Leopoldo César Júnior continuam em Capão Bonito.
Esses netos já deram 9 bisnetos a Antonio Terra e seu trineto, o Enzo, é o xodozinho da bisavó Antonia Benedita Valio Terra César que tem como maior felicidade visitar o Rio Grande do Sul, onde os Terra são bastante respeitados.


2 comentários:

renata proença disse...

se souber algo de meu bisavo ele tambem era tropeiro , negro, casou se com minha bisa gabriela maria da conceição em são miguel arcanjo o nome dele era joao antonio sobrinho, obrigada

renata proença disse...

minha bisa se casou em são miguel arcanjo dia 27/6 de 1901 nome gabriela maria da conceiçaão e meu bisavo joão antonio sobrinho se alguem tiver mais informação me passe por favor