domingo, 4 de fevereiro de 2018

DINHEIROS

Confira cédulas de diversos países que estampam símbolos da flora nacional
A orquídea é homenageada na cédula brasileira de 500 cruzados novos. A flor de hibisco e o coqueiro-de-dendê são importantes elementos da flora malaia.
As plantas são elementos características de uma determinada região e, muitas vezes, são adotadas como símbolos de diversas culturas. A vitória régia, planta típica da Amazônia, por exemplo, representa a floresta e é um elemento importante para a cultura da Região Norte. Nesta edição da coluna Dinheiro do mundo, você vai conhecer algumas das cédulas do acervo do Museu de Valores do Banco Central que homenageiam a flora dos seus países de origem. 

Orquídea (Brasil)
Cattleya labiata warneri é uma espécie de orquídea que, em outubro (época de sua floração), enfeita orquidários, alguns pomares de propriedades rurais e as poucas matas montanhosas restantes no estado do Espírito Santo, com o lilás-vivo de suas flores. Elas chamam a atenção pelo seu tamanho e, principalmente, pela beleza. Desde a colonização estrangeira do século passado, sobretudo de alemães e italianos, que adentraram o interior do Espírito Santo buscando as regiões altas, à procura de terras e clima mais ameno, a Cattleya warneri passou a ser ornamento em residências.


Nativa do Espírito Santo e de Minas Gerais, ela também existe no norte do Rio de Janeiro e no sul da Bahia. Suas flores podem atingir 22 centímetros de diâmetro. Por ser própria da região Sudeste, com comportamento climático mais ou menos estável, a planta desenvolve-se inclusive sobre pedras. Naturalmente, ao encontrar ambiente mais propício em árvores ou arbustos, que conservam mais umidade em seus galhos, desenvolve-se melhor podendo se tornar plantas de grande porte. 

A cédula de 500 cruzados novos, que circulou de 1990 a 1994 no Brasil, homenageou a flora e a fauna brasileira. No anverso, a efígie do cientista, agrônomo, ecologista e naturalista brasileiro Augusto Ruschi (1915-1986), que se tornou respeitado especialista em beija-flores e orquídeas no Brasil. Ladeada por alegorias de flora e fauna, destaca-se uma representação da "Cattleya labiata warneri", orquídea que, com dezenas de variedades, é a mais típica do Espírito Santo e a maior flor do gênero no país. No reverso, Ruschi aparece examinando orquídeas. Ao lado esquerdo, em destaque, a figura de um beija-flor. 


Ipê-de-jardim e palmeiras (Bahamas)

Típica da vegetação natural das Bahamas, as folhas de palmeira estampam o anverso da cédula de 1 dólar bahamense, de 1974, que traz, também, a efígie da Rainha Elizabeth II. As folhas figuram ainda no Brasão de Armas do país. No reverso, o Ipê-de-jardim, no canto esquerdo da cédula, possui folhas compostas serreadas, e flores amarelas em forma de campânula. Ele produz por longos períodos muitas sementes que germinam facilmente e é muito usado em arborização urbana. Conhecida como Yellow Elder, o ipê é a flor nacional das Bahamas. Esse país insular encontra-se no Oceano Atlântico entre a Flórida, nos Estados Unidos, e Cuba, e faz parte da Comunidade das Nações (Commonwealth of Nations), associação formada pelo Reino Unido e suas antigas colônias.


As Bahamas possuem o terceiro maior sistema de recifes de corais no mundo, com mais de 164 espécies de peixes e corais. No reverso da cédula é possível ver um exemplo. Recifes são um dos mais fortes atrativos turísticos da ilha, importantes para a economia local, gerando bilhões de dólares anualmente e apoiando mais de 40 mil postos de trabalho. Como em outras partes do Caribe, os recifes de corais das Bahamas foram afetados por fatores naturais e humanos, causando danos a esse ecossistema. Alguns dos impactos observados incluem clareamento e morte de corais, bem como a redução do de peixes e outros animais marinhos encontrados tipicamente nesses recifes.


Gentiana asclepiadea (Romênia)
Gentiana asclepiadea (willow gentian) é uma espécie de planta herbácea originária da Europa e da Ásia. É uma planta com hastes arqueadas de folhas lanceoladas e flores em forma de trombetas, de coloração azul. As flores surgem no final do verão e no outono. A espécie tem uma ampla distribuição ao longo das montanhas europeias e cresce em uma variedade de habitats, desde pastagens, florestas de coníferas, assim como em pasto aberto arborizado. Sua altura varia de 60 a 90 cm. Essa espécie é relativamente fácil de crescer na maioria dos jardins, desde que tenha muito material orgânico disponível no solo. 


A flor está estampada no centro do anverso da cédula de 10.000 leus romenos, de 1999. Ao seu lado direito, a imagem de Nicolae Iorga (1871-1940), historiador, catedrático, crítico literário, memorialista, dramaturgo, poeta e político romeno. No reverso, à esquerda, uma águia de Wallachia (região da Romênia), e ao lado, a Catedral de Curtea de Argeș, um templo da Igreja Ortodoxa Romena, localizada no mosteiro de Curtea de Argeș, na cidade de mesmo nome. 


Hibisco e Dendezeiro (Malásia)
O mimo-de-vênus (Hibiscus rosa-sinensis), também conhecido por hibisco ou graxa-de-estudante (devido ao efeito mucilaginoso das folhas, podendo lustrar sapatos), é a flor nacional da Malásia. Originário da Ásia tropical e do Havaí, ele é um arbusto lenhoso, fibroso, com até 5 metros de altura e possui 5 mil variedades, com diversas formas, com flores grandes ou pequenas, geralmente vermelhas, com pétalas lisas ou crespas, e folhas largas ou estreitas. Muito cultivado no Brasil, com vários híbridos e variedades, ele é utilizado na arborização urbana abaixo da rede elétrica, devido ao pequeno porte, além de enfeitar jardins, praças e servir de cerca-viva. 


A planta é comestível e pode ser consumida crua ou cozida. As flores também são usadas como tintura, dando um toque roxo aos pratos. Na medicina chinesa, são atribuídas ao hibisco propriedades antiespasmódicas, analgésicas, adstringentes, ligeiramente laxantes e anti-irritantes, entre outras. Ele também tem uso cosmético. A flor aparece no anverso da cédula de 50 ringgit malaio, de 2007, ao lado de Tuanku Abdul Rahman (1895-1960), que foi o primeiro chefe de Estado Supremo da Federação da Malásia. 

No reverso da cédula, ao lado esquerdo, é retratado um dendezeiro ou coqueiro-de-dendê (Elaeis guineenses), uma palmeira originária da Costa Ocidental da África (Golfo da Guiné). Seu fruto é conhecido como dendê, que origina um óleo conhecido como azeite de dendê ou óleo de palma. O dendezeiro é encontrado desde o Senegal até Angola. Especula-se que a palmeira tenha chegado às terras brasileiras junto com os primeiros escravos africanos, entre 1539 e 1542, trazida pelos feitores de escravos. A planta se adaptou bem ao clima tropical úmido do litoral brasileiro, e seu azeite é amplamente utilizado na culinária baiana. Em 1995, a Malásia era a maior produtora mundial do óleo de dendê, mas desde 2007, a Indonésia alcançou esse título. Ao lado direito da cédula, a imagem de Tunku Abdul Rahman Putra Alhaj (1903-1990), que foi o primeiro chefe de governo da Malásia após a independência do país.


Simpor (Brunei)
Dillenia - ou comumente conhecida como Simpoh, Simpor ou Simpur - é um gênero de 100 espécies de plantas floridas nativas de regiões tropicais e subtropicais do sul da Ásia, Australásia e das ilhas do Oceano Índico. O gênero tem o nome do botânico alemão Johann Jacob Dillenius e consiste em árvores e arbustos de folhas verdes ou semi-verdes.

A Simpor é a flor nacional de Brunei, país no sudeste asiático, localizado entre a Malásia e a Indonésia. Há duas espécies da planta: a primeira é a Dillenia suffruticosa. A outra é a Dillenia beccariana representada no anverso da cédula de 1 dólar de Brunei, de 1996, ao lado de Hassanal Bolkiah, atual sultão e primeiro ministro de Brunei desde 1º de agosto de 1968. No reverso da cédula, há a representação de uma floresta tropical.



Essa flor nacional tem pétalas largas amarelas, com folhas igualmente largas. Quando totalmente desabrochada, as pétalas se espalham como um guarda-chuva. Ela é facilmente encontrada em estampas no artesanato tradicional do país e pode crescer em vários habitats, inclusive ao longo dos rios de Brunei e das praias de areia branca, onde outras espécies não conseguem viver. 


As folhas grandes são usadas para envolver alimentos como tempeh (bolos de soja fermentados), nasi lemak (arroz fermentado) e tapai (um tipo de mandioca). Suas raízes muito profundas funcionam como guia para localizar e cavar um poço, no intuito de explorar recursos subterrâneos. Além disso, as folhas maduras ou antigas de algumas espécies contêm depósito de sílica, podendo ser usadas como substituto da lixa. Elas também possuem valor medicinal: os brotos jovens podem ser usados para estancar feridas e as polpas das frutas, para lavar o cabelo.

SITE DO BANCO CENTRAL DO BRASIL.

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