Amor ou subserviência?
Necessidade ou carência afetiva de ambos os lados?
Fraqueza? Desgosto? Ansiedade recolhida?
Tem amor que a gente não entende, principalmente se jamais teve um desses para curtir.
Minhas irmãs todas tem cachorro em casa.
A mais nova possui três, que permanecem de prontidão o dia todo guardando a sua dona, numa convivência beirando a humana ( minha irmã diz que nem um ser humano chega a amar assim como um cachorro de estimação).
Visita tem que marcar hora, se não não entra, porque o barulho que eles fazem não tem nada de organizado.
Se a visita falar meio alto ou gesticular muito, como eu faço, com certeza o menorzinho rosna e ameaça pular com os dentinhos afiados prontos - parece! - para "estraçalhar" a gente.
O cachorro mais velho, negro e peludo, é alérgico e até toma remédio.
O maior tem uns olhos lindos, é grande e bonito; e tem força para derrubar a gente.
Que interação é essa que a gente nomeia egoísta porque só existe entre os que experimentam desse amor?
Que interação é essa que a gente nomeia egoísta porque só existe entre os que experimentam desse amor?
O cachorro das outras irmãs são bem tratados, mas são guardiões do quintal.
Prova disso, que na madrugada de hoje, o cachorro da minha irmã número três, o TOBI, armou um barulhão, o que fez com que ela acordasse e permanecesse na escuta tentando verificar o que acontecia lá fora, pois o animalzinho latia e recuava.
Acesas as luzes, ela armou-se de uma tranca, abriu a porta da cozinha e ouviu quando sua filha disse que já havia chamado a polícia, que ela ficasse lá dentro, que podia ser perigoso, etc., mas ela saiu e foi olhar pelo corredor da casa.
A polícia veio. Não uma, nem duas viaturas. QUATRO delas, que se posicionaram em pontos estratégicos, cercando o local.
No quintal, não havia ninguém, mas os policiais nem haviam cogitado em olhar o quintal da vizinha, como minha irmã aconselhou.
Nisso, os vizinhos já estavam de pé e, preso o cachorro, os policiais puderam entrar e vasculhar os fundos onde encontraram o homem escondido.
Segundo os policiais, era um fugitivo.
E, segundo os vizinhos, ele apanhou bastante da polícia.
Agorinha mesmo fiquei sabendo que um grande amigo meu perdeu seu animalzinho de estimação que estava internado tratando de uma doença no fígado.
Chorava feito criança ao me dar a notícia.
Que judiação!
Depois de tudo isso, concluo que os animaizinhos de estimação, principalmente os cães, vivem nesta vida para serem adotados por alguém e, realmente servirem de guarda, torcendo para que seus patrões estejam sempre felizes, calmos, equilibrados, porque para si mesmos basta recolherem as poucas migalhas que de fato necessitam para sua auto-satisfação, já que nasceram apenas e tão somente cães.
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