quarta-feira, 27 de outubro de 2021

TEXTO DE GUSTAVO CONDE:



Alguém já apontou que vivemos citando estrangeiros, tentando compreender estrangeiros, talvez, tentando ser estrangeiros. 
Já ficou claro que, para um brasileiro ou latinoamericano fazer sucesso por aqui, ele tem que ser apresentado a nós por algum europeu ou estadunidense. 
Mas isso não se restringe a alunos de graduação. 
Pode acontecer de alguém fazer um doutorado, utilizando exclusivamente autores estrangeiros. 
Por exemplo, alguém escrever uma tese de quinhentas páginas, só para provar que entende um autor estrangeiro.
Aí chegamos ao que deve ser considerado como um caso grave de pensamento colonizado. 
Há aprendizados desenvolvidos em outros contextos que são tratados como transplantes, isto é, nem sequer são “climatizados”, são empregados aqui a despeito de terem sido produzidos a partir de (e para serem aplicados em) realidades muito distintas das brasileiras.
Frente a isso dá para entender a importância de o projeto do compromisso social pretender fazer um enfrentamento com o pensamento colonizado. 
Esse enfrentamento foi proposto para acontecer por meio do estabelecimento de pontes entre o trabalho realizado nas nossas universidades e o trabalho realizado por profissionais que estavam em campo, inventando novas práticas todos os dias.

Leia a íntegra aqui:

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