sexta-feira, 23 de março de 2012

DEMOCRACIA SEM CACOPATIA.



Meu pai sempre dizia que Democracia é uma festa, é um solar de almas profusas que bailam ao som da orquestra na demonstração da virilidade humana e na arregimentação da aquisição do bem comum, é uma alegoria brotada de árvores em rimas eternas com suas mãos postas louvando a Deus pela sua existência.
Democracia, quando bem desempenhada, no sentido bem lá no miolo da palavra, até que é saudável.
Quando o homem se volta para ela com capricho, com dignidade, sem preconceito, sem cacopatia, pondo em realce a humildade, jogando às sarjetas da vida o orgulho e o sarcasmo, derramando por sobre as encostas o vigor espiritual, com certeza poderá transformar o mal em bem.
Para defender a Democracia, devíamos pontilhar nossas atitudes, pondo em destaque aquilo que almejamos sadiamente tanto para nós como para a terra em que vivemos. 
É na terra em que vivemos que se concentram opiniões, religiões e a união de raças, verdadeiras relíquias que perfazem as sabedorias humanas.
Esse ecologista socialista meio filósofo que era meu pai, guardava em seu armário particular um cabedal enorme de mal sucedidas eleições, quer geradas por traições dentro do seu próprio partido quer por não merecer devidamente aquilo que pretendia. 
Para ele eram tudo fenômenos corriqueiros de uma vida que sempre acaba.  
Mas o que mais lhe doía era não poder participar, principalmente quando a alegria da Democracia o chamava.
Este ano haverá eleições.
Você, jovem eleitor sãomiguelense, pense um pouco na festa da Democracia, não agitando bandeiras, mas ponderando, conhecendo a história de cada candidato e o suposto amor que ele diz nutrir pela terra em que vive no seu dia a dia e não no palanque armado na praça.
Exija mudança na vontade política dos homens a serem eleitos para que você, jovem, não venha a negar um dia as suas origens.


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