Sobre a elevação dos homens sem méritos, assim já se expressava meu avô, o Major Luiz Válio, patrono de uma cadeira no Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga: os antigos, os homens de barba, ainda quando chamados hesitavam muito antes de aceitar um cargo público.
E, quando isso acontecia, pediam conselhos aos amigos, consultavam a própria consciência, faziam a comparação entre o peso do cargo oferecido e a capacidade que porventura possuíssem.
Os que achavam que só serviam para esteira, assim preferiam continuar.
Já os talentosos, claro, antes de aceitar ponderavam muito.
É que naquela época ainda havia amor próprio e um nome a zelar.
Era preciso cultivar esse nome diante dos filhos, dos netos, dos parentes e afins.
Hoje, qualquer homem sem mérito se eleva em cargos públicos.
No entanto, se ele se dá importância, se ele acha que entende de tudo, se ele ambiciona o lugar, essa magia fará dele um fantoche, um manequim aos olhos da família e dos alheios.
O Estado se servirá desse manequim, pois um dia vai precisar dele. Faz de conta que o considera, e o ajuda, facilita a aprovação do seu nome para depois rir-se as suas custas na confecção dos seus arranjos.
Resta o que?
Sofrimentos para todos aqueles que necessitam dos serviços sociais, os quais são mal administrados por esses homens sem méritos, pagos com dinheiro público unicamente para bem servir ao Estado.
São deixados pelo caminho milhares, milhões de vítimas dessa incapacidade, dessa inaptidão e dessa subserviência.
E acabamos chorando por nós mesmos porque esses homens sem méritos fazem parte da sociedade na qual nos inserimos.
O que quer dizer que choramos e sofremos devido aos nossos próprios vizinhos que não nos consultaram, como antigamente, quando foram chamados a cumprir um cargo público.
É que não existe mais homens de barba.
Nenhum comentário:
Postar um comentário