A foto acima reproduz a cidade de São Miguel Arcanjo, minha terra natal.
As terras lá no alto pertenceram ao meu avô, Major Luiz Valio; depois dele, ao meu pai, Luiz Valio Júnior e hoje estão lá do jeitinho que eram antes.
Chamava-se "Sítio Bom Retiro"
Como eles amavam essas terras!
Para nós, seus filhos, nada significaram, porque terra
é para quem gosta, não para quem herda.
Quando em 1.992 vendemos as terras para Antonio Ayub, eu ainda residia em São Paulo; para despedir-me delas, trouxe amigos de São Paulo e fizemos lá uma bela churrascada.
O saudoso Elpídio Delacqua, que passou a administrar aquelas terras, era um dos melhores "churrasqueurs" da cidade e foi ele quem, na maior boa vontade e amizade, esteve conosco naquela dia, o qual encompridamos até altas horas da noite, pois a noite estava lindíssima e o céu salpicado de pontos luminosos.
O Elpídio eu já conhecia desde a década de 70 quando lecionei por dois anos na "Escola Municipal da Fazenda Dom Bosco", fazenda essa de propriedade de João Cereser, o homem que deu nome ao vinho de "São Miguel Arcanjo".
Junto comigo, as professoras Maria Alice Silva, hoje residindo em Pilar do Sul (é mãe de um grande músico e advogado), e a saudosa Alice Arantes Galvão, fomos as primeiras professoras do lugar, desde quando as aulas eram dadas num salão pegado à residência de João Cereser.
Pegado à nova Escola havia uma extensa mata: nossas aulas eram constantemente embaladas pelo som dos bugios.
Retornando à memória anterior, sem o saber, despedíamos de Elpídio naquele dia.
Também foi a última vez que vi o lugar onde vivi minha primeira infância e adolescência. Falo assim porque ao começar a estudar, fui morar com minha avó à Rua Governador Pedro de Toledo, 500; depois de sua morte, em 1.963, aí, sim, passei a morar definitivamente com meus pais ora no Sítio, ora na cidade, numa casa da família Valio que ficava na esquina da Rua Cônego Francisco Ribeiro com a Monsenhor Henrique Volta, já inexistente.
Algumas fotos daquela época contam um pouco sobre a história da Imobiliária Digimóvel, localizada no Itaim Bibi, onde eu trabalhava.
Desde a mulher do cafezinho, até a recepcionista, a telefonista, o office-boy, o corretor de imóveis, os irmãos do corretor, eu, na época, Gerente Administrativo e o proprietário aparecem nas fotos. Teve gente que não quis aparecer, porque estava filmando o local.
Na sétima foto, o Elpídio. Na 13a., o dono da firma. Na 15a., o pé de jatobá, também conhecido como pão-de-ló-de-mico que todos nós adorávamos, principalmente depois de uma chuva com vento que acabava derrubando seus frutos deliciosos. Na primeira foto, a minha sala de trabalho.
Por que estou saudosista hoje?
Porque recebi uma ligação do ex- corretor José Pinto Reis, presente nas fotos, que atualmente é proprietário de sua própria Imobiliária.
E estamos planejando um encontro aqui em São Miguel Arcanjo, depois de 20 anos deste evento e depois de dezoito anos sem nos vermos pessoalmente.
Que coisa boa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário