domingo, 10 de outubro de 2021

BIOGRAFIA DE UM HOMEM FELIZ - CASSIANO VIEIRA





Cassiano Vieira nasceu aos 07 de abril de 1.902 no município de Pilar do Sul e faleceu em São Miguel Arcanjo em 07 de julho de 1.980.
Era filho do Coronel Antonio Vieira de Proença, um dos primeiros Intendentes do município de Pilar do Sul, que veio a casar-se com maria Teodora.
Desde o ano de 1.913, a família decidiu trocar aquele município por São Miguel.
O Coronel faleceu no dia 30 de março de 1.922 às 21 horas, com 66 anos de idade e Maria Teodora aos 24 de fevereiro de 1.932, com 73.
Cassiano era irmão do Capitão Marcolino Vieira, residente em Itapetininga; de José e Antonio Vieira, residentes em Pilar do Sul; de Olegário Vieira, residente em Capão Bonito; de Anna e de Georgina, que também residiram em São Miguel Arcanjo.
Era uma pessoa muito ativa.
Ainda jovem, tornou-se tipógrafo e em sua tipografia fazia blocos, memorandos, duplicatas, cartões de visita, envelopes, etc.
No ano de 1.926 mandou um ofício à Câmara Municipal oferecendo-se para publicar seus trabalhos.
Também em sua tipografia se faziam impressos para o grupo de Escoteiros que havia na cidade.
Foi proprietário e também redator do jornal "O Progresso" que funcionava na Rua Aurora, hoje Rua Manoel Fogaça, número 23, durante a segunda metade da década de 20.
Ajudou na fundação do Clube Recreativo "Bernardes Júnior" no ano de 1.921.
Foi jogador de futebol. No ano de 1.923, jogava no segundo time do Operário Futebol Clube.
Foi comerciante.
Tinha veia artística e, então, como artesão, confeccionava bonecos gigantes feitos de pano a pedido de interessados em seus serviços para festas, principalmente em eventos profanos, como os carnavais. Mas ele mesmo gostava de inventar outras festas para a garotada que se reunia na praça central da cidade para ver suas performances como imitador. Além do que contava como ninguém piadas e estórias fantásticas que dizia ter ouvido por aí, mas que, na realidade, saíam de sua própria imaginação.
No seu quintal, na década de 60/70, construiu lá um circo; havia palco e arquibancadas.
Grandes alunos de Cassiano, os irmãos Ari e Orlando Pinheiro, que faziam peças criadas no repente, na hora do espetáculo.
Quanto mais o recinto se enchia de espectadores, mais essas peças improvisadas surgiam geniais.
Quando da criação da Vila Vicentina, de auxílio aos mais carentes, Cassiano doou quatro milheiros de tijolos.
Como político, chegou a ser vereador nas eleições de novembro de 1.947. Seu partido alcançou 199 votos, 64 nominais foram dele, e ficou em primeiro lugar. Pedro Barbosa Pereira era o juiz presidente. Nessa época, o total de votos válidos foi de 1.366, que, divididos entre 13 cadeiras, davam um percentual de 105 votos para eleger-se um vereador.
Em 1.951, saiu como candidato a Vice-prefeito ao lado de Aparício de Oliveira Terra, pelo PTB, partido naquela época coligado com a UDN e o PTN.
Na década de 60, pelo Partido Democrático Cristão, saiu também como candidato a Vice-prefeito de Francisco Fogaça de Almeida, o Cirico, ao tempo do governador Carlos Alberto Alves de Carvalho Pinto que os apoiou.
Os candidatos à vereança eram: Nestor Fogaça, Wadih Miguel Hakim, Adriano Nunes da Costa, Agenor Ferreira Lopes, Antonio Ferreira Leme, Norihiro Murakami, Flávio José Fogaça, Miguel Rodrigues Ferreira, João de Lima Camargo, Francisco Pezzato e Maria Aparecida Silva, filha de João Paulino da Silva que se casou com um membro da família Fogaça.
Nessa eleições, obteve 1.145 votos, de um total de 2.372 votos válidos.
O Juiz Presidente era Vicente Mastrocolla.
Deteve o cargo de Vice-prefeito alguns meses ao lado de Nestor Fogaça, terminando na política como prefeito tampão no lugar do mesmo Nestor Fogaça que, em fevereiro de 1.968, sofreu terrível acidente em seu estabelecimento comercial, quando as madeiras mal empilhadas caíram sobre ele e, em consequência disso, veio a falecer.
Na década de 70, muito colaborou com o periódico "Folha de São Miguel Arcanjo", de propriedade de Ivo Cerqueira, jornalista residente em Itapetininga, ao tempo de Roque Mariano Ribeiro e dos irmãos Ari e Orlando Leme Pinheiro.
Consta que desde 1.967, a Comissão Sonora, responsável pelo aparelho de alto-falantes da Igreja Matriz, lutava para melhorar seus transmissores de sons, e vieram a conseguir isso, graças ao apoio dos cidadãos da urbe e também dos bairros. Esses aparelhos abrilhantavam todos os festejos da cidade.
Em paga ao apoio de toda a comunidade, a Comissão decidiu, no ano de 1.971, apresentar um espetáculo sertanejo.
Tendo á frente Luiz Honório de Oliveira, o popular "Filisbino", da ZYE 283, Rádio Difusora de Itapetininga, levou para o palco elementos das cidades de Tatuí e Itapetininga, além de São Miguel.
Foi um espetáculo de gala que se deu no barracão anexo ao Posto Nacional, onde quase não houve lugar para tanta gente.
Desfilou um elenco de artistas competentes, dando assim melhor brilhantismo à festa dita sertaneja.
Nessa ocasião foi premiado com o troféu "Rancho do Filisbino" o senhor Cassiano Vieira.
Ainda no ano de 1.971, juntamente com Carlos Pereira, Francisco Hayoshi, Lúcia Galvão Fogaça, Issira Aparecida Miguel Daniel, Mário Monteiro de Carvalho, Maria Alice Conde Alves Rodrigues, Miguel Nogueira Machado e Elza Barretti, Cassiano Vieira fez parte da Comissão eleita para promover os festejos da "Semana da Pátria", conforme portaria 38, de 09 de agosto de 1.971, assinada pelo prefeito Alcidino França.
No ano de 1.973, isso se repetiu, tendo alguns novos colaboradores, como Policarpo Torrel Neto, Alcindo dos Santos Terra, Miguel Terra Domenici, Joaquim Inácio Rodrigues, Maria Zacarias, e Osvaldino Meiga.
Em 1.972, fazia parte da ARENA 2, ao lado de Alcidino França, Francisco Tavares de Pontes, Geraldo Piedade, Miguel Terra Domenici, José Dias da Silva, Anízio Domingues, Aparício de Oliveira Terra, Massami Aoyagui, Miguel Isaac Daniel, Emílio Gabriel, Antonio Rosa do Nascimento, Roque Mariano Ribeiro, José Carlos Carvalho Volta, José Moysés, Guerino Antonio Mocim, Miguel Dias da Silva, José França e Antonio França.
A ARENA 1 possuía elementos tais como: Agenor Ferreira Lopes, José Ramos, Reynaldo Fogaça, José Mariano Machado, Aristeu Válio, Toamitse Iwassaki, Durval Gonçalves da Silva, José Batista, Francisco Pezzato, José Alexandre Lopes, Wadih Miguel Hakim, Teófilo Moysés, Jorge Alves Seabra, Tomaz de Souza, José Expedito Machado, João Vaz de Araujo, Francisco Fogaça de Almeida e Alcidino Alves Ferreira.
No ano de 73, foi responsável pelos festejos do dia 31 de março e 1o. de abril, ao lado de José Pereira, Narlir Miguel, Hirokazu Havashi, Terezinha Alves Ponciano e outros.
Em 1.976, escrevia para o periódico "Tapichi", de Miguel Arcanjo Terra.
Cassiano Vieira casou-se com Antonieta Nogueira em 1.927 e tiveram cinco filhos, dois deles natimortos. Os outros foram: Norma, Zuta e Braz, que sempre honraram o nome do pai.
A cidade homenageou Cassiano, emprestando seu nome a uma rua localizada entre as Ruas São João e Comendador José Giorgi.

Luiza Válio-
In livreto "Causos que não são do arco da velha- são do Cassiano Vieira" 2010.

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