quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

MUITAS SÃO AS FACES DA HISTÓRIA.


Privataria tucana consumindo o sono de muitas pessoas que habitam o ninho do grande pássaro.

E me vejo lendo um texto que foi publicado no Diário Popular de 02 de dezembro de 1.999, e no próximo ano transcrito pela Fundação Perseu Abramo, do PT, num compilado organizado por Aloysio Biondi denominado "O Brasil Privatizado II".


TEXTO: CUSPARADA NOS PAULISTAS

"Não foi na calada da noite.
Nem por isso a manobra foi menos odiosa.
Sabia-se que o governo federal estava pronto para anunciar um novo prazo, de até três anos, para os estados pagarem uma parcela de sua dívida, renegociada com o Tesouro, e que vencia anteontem.
São Paulo seria o estado mais beneficiado, já que era também o responsável pelo maior débito a ser liquidado, na faixa dos 2 bilhões de reais.
O "perdão" provisório realmente foi anunciado.
Mas São Paulo ficou fora dele.
Por que?
Espante-se: à tarde, o governador Mário Covas resolveu "liquidar" aquela dívida simplesmente "entregando" o Banespa ao governo federal, para que ele seja privatizado no próximo ano.
Argumento para a doação surpreendente?
Pura e simplesmente a afirmação de que "São Paulo não quer dever ao governo federal".
A explicação, de tão cretina, é um (outro) insulto à inteligência dos paulistas.
O governador Mário Covas é engenheiro, tido e havido com largos conhecimentos, no passado.
A menos que esteja sofrendo de amnésia, deve saber, tanto quanto qualquer chefe de família ou dona de casa, que há momentos em que conseguir novo prazo para pagar qualquer dívida é ultra vantajoso.
No caso do Banespa, o adiamento da dívida - e da entrega do banco - certamente seria considerado um presente dos céus pelo homem público.
Por que?
Como qualquer observador atento já percebeu, a verdade é que vem crescendo o debate sobre as distorções e negociatas das privatizações: o próprio governo FHC, agora, considera absurdos e quer revisão dos critérios para aumento de tarifas de energia e telefone ( note bem: a mudança de atitude só surgiu por que o governo está preocupado com a inflação; se não fosse isso, a ladroeira continuaria).
Há a revolta contra a devolução do Imposto de Renda e de "ágios" ("mamatas" explicadas por esta coluna).
Estouram críticas contra as ferrovias privatizadas.
E assim por diante.
Em outras palavras, acumulam-se os sinais de que o processo de privatização vai sofrer revisões, e as "vendas" já não serão tão indiscriminadas.
Isto significa que o governador Mário Covas, com o andamento da dívida, poderia ganhar tempo para esperar a rediscussão da privatização do Banespa, ou as condições em que ela seria feita.
Por que ele fez exatamente o contrário?
Por que entregou o Banespa apressadamente ao governo FHC da noite para o dia?
Quem é afinal o indivíduo Mário Covas que hoje ocupa o Palácio dos Bandeirantes, que tudo decide sorrateiramente, ditatorialmente, sem abrir espaço para que a sociedade debata temas de seu interesse, ligados ao patrimônio coletivo?
Ele é o oposto do homem público que mereceu milhões de votos dos paulistas ao longo de sua carreira.
Que motivos o levaram a dar uma cusparada na face dos paulistas, como é o caso dessa inopinada doação do Banespa?".


JÁ PENSOU SE POLÍTICA BRASILEIRA FIZESSE PARTE DO CURRÍCULO ESCOLAR?
SERIAM TANTOS OS "APÓSTOLOS" CONTRATADOS PARA ESCREVÊ-LA, QUE A BÍBLIA, POR MAIS COMPLEXA QUE SE APRESENTA, SERIA UMA RELES CARTILHA INFANTIL.



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