sábado, 18 de fevereiro de 2012

SOBRE A DESONESTIDADE.



"Um escularápio foi chamado para tratar de uma rica senhora que sofria de catarata.
Sendo, porém, desonesto, o nosso querido amigo sempre que ia visitar a rica velha furtava-lhe um objeto precioso.
Quando acabaram os objetos preciosos, ele começou, despudoradamente, a levar-lhe também os móveis, um a um.
Afinal, certo dia, não tendo mais o que roubar, deixou de visitar a velha.
Mas não contente com isso, sapecou-lhe em cima uma conta terrível, capaz de abalar mesmo a fortuna do mais rico catarático.
A velha protestou, dizendo que não pagava, e a coisa foi parar no Tribunal.
E foi no Tribunal que a velha declarou o motivo de sua recusa em pagar.
Disse:
- " Não posso pagar a conta do senhor esculápio, do doutor médico, porque eu estou com a vista muito pior do que quando ele começou a me tratar. No início do tratamento, eu ainda via alguma coisa. Mas agora, não consigo enxergar nem os móveis lá de casa".

MORAL: A EXTREMA DESONESTIDADE ACABA VISÍVEL MESMO PARA UM CEGO.

Millôr Fernandes, in "Fábulas Fabulosas", Editora Nórdica, página 91" .


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