Na realidade, as construções da Fazenda São Miguel, em São Miguel Arcanjo, onde estão jogados aproximadamente 15 mil volumes pertencentes ao acervo da Associação Casa do Sertanista de São Miguel Arcanjo, foram feitas há mais de meio século por um capitalista chamado DUDU MACHADO.
Segundo o que o popular Braz da Banda recorda, ele era um homem muito rico que veio para cá residir, mantendo a fazenda para seus próprios devaneios.
De vez em quando ele costumava fazer naquele local o "Baile do Cabide", regado a muito álcool, onde as pessoas (até mesmo os participantes do conjunto musical que acompanhava o enlevo da turma do Dudu) tinham que tirar as roupas, ficando completamente nuas.
Um dos músicos constantemente convidado por ele era o conhecido Luís César, que se encarregava de levar outros companheiros.
As noites demoravam a passar, pois só se acabavam com o sol já quente do outro dia.
Braz da Banda afirma que esse capitalista gostava de pisar nas pessoas mais humildes e até se recorda de um episódio que aconteceu no Bar do Abdalinha: estava lá o Dudu Machado com seus "capangas", espécies de seguranças que sempre o acompanhavam, quando entrou ali para comer um salgadinho, o Zico Seabra.
Mecânico, era normal que o Zico Seabra estivesse sujo de graxa, mas o homem rico começou a destratar o trabalhador. Encrespou tanto com ele que os seus "seguranças" prometiam acabar com a vida dele ali mesmo.
A polícia foi chamada.
Veio lá o Nestor França - delegado nomeado - com outros dois policiais e deu voz de prisão para Dudu e toda a sua cambada, que à essa altura, já bem "alto"devido à bebida, não aceitou e passou a discutir e a desacatar o delegado.
Em altos brados, pediu para falar com o Delegado regional.
O delegado regional acabou endossando o ato do delegado da cidade que lá encarcerou por dois dias o rico Dudu Machado. Nos dois dias em que esteve preso, seu automóvel permaneceu diante da cadeia pública.
Vale lembrar que a cadeia daquela época não tinha nem banheiro; quando o preso precisava satisfazer suas necessidades, o carcereiro o levava até o Clube, do outro lado da rua.
A cadeia daquela época hoje abriga a Biblioteca "Diva Galvão Nogueira França", que também já se denominou Biblioteca "Vital Fogaça de Almeida".
Foram construídos dois banheiros.
O Clube é o mesmo daquela época e se denomina Clube Recreativo "Bernardes Júnior".
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